Fibromialgia: O que é preciso saber sobre essa doença?

19 May 2022 blog

A Fibromialgia é uma doença que pertence a um grupo de desordens que afetam os tecidos conjuntivos, que incluem músculos, ligamentos e tendões. Trata-se de uma doença crônica que causa dor muscular difusa (conhecida como “mialgia”) e enrijecimento de várias partes do corpo.

Muitos pacientes também sentem fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça e alterações psicológicas como humor deprimido e ansiedade. As causas, diagnóstico e melhor tratamento para a Fibromialgia ainda não estão bem estabelecidos.

Cerca de 3% da população brasileira sofre com este problema, sendo mais comum nas mulheres dos 30 aos 55 anos.

CAUSAS

A causa exata da Fibromialgia é desconhecida, vários fatores físicos e emocionais estão relacionados ao gatilho para início dos sintomas, como infecções, traumatismos ou stress.

Nas pessoas com Fibromialgia os músculos e tendões ficam sensíveis a vários tipos de estímulos dolorosos. Acredita-se que esta hipersensibilidade dolorosa esteja relacionada a um fenômeno chamado de “sensibilização central”. Outras condições também estão relacionadas a este fenômeno, como síndrome do intestino irritável, síndrome de fadiga crônica, cefaléias (dores de cabeça) crônicas, dores crônicas da coluna, pelve e bexiga, e dores crônicas da face e mandíbula.

Estudos com imagens cerebrais de pacientes com Fibromialgia e outras dores crônicas mostram modificações da função e conexões entre diferentes regiões do cérebro.

SINTOMAS

Dor muscular: O principal sintoma da fibromialgia é a dor difusa e persistente. Embora a dor seja referida nos músculos e tecidos moles, nenhuma anormalidade é observada nessas áreas. Os pacientes podem referir também outras sensações desagradáveis como formigamento e dormência. As dores podem ser agravadas por fatores como ansiedade e stress, privação de sono, exercícios extenuantes ou exposição ao frio.

A dor pode ser inicialmente se restringir a uma área específica como pescoço e ombros no início da doença, mas eventualmente se espalha, e a maioria dos pacientes refere dor no pescoço, ombros, região dorsal e lombar, pernas e braços. Áreas chamadas de “tender points” (ou pontos gatilho) podem ser dolorosas mesmo com pressão leve a moderada, Muitos pacientes também podem se queixar que suas articulações estão inchadas, embora não se note nenhum edema ao exame físico, como nas artrites.

Outros tipos de dor: Pacientes com fibromialgia são frequentemente acometidos por outros tipos de dor, afora as dores miofasciais.

  1. Cefaléia (dor de cabeça) crônica, incluindo migrânea / enxaqueca
  2. Síndrome do intestino irritável
  3. Cistite intersticial / síndrome da bexiga dolorosa, e dor pélvica crônica
  4. Síndrome da articulação temporomandibular, com limitação da mobilidade e dor em face, mandíbula ou cabeça

Fadiga e problemas com sono: Fadiga persistente é um sintoma cardinal na fibromialgia, ocorrendo em mais de 90% dos casos. Parece haver uma associação entre a fibromialgia e a chamada síndrome da fadiga crônica, que é caracterizada por uma fadiga crônica e debilitante, com até 70% dos pacientes apresentando critérios objetivos para esta síndrome.

A maior parte dos pacientes também queixam-se de um sono leve, não reparador; dificuldade em adormecer ou “pegar no sono”, despertares frequentes durante a noite, e cansaço já ao acordar. Pacientes com fibromialgia também têm maior incidência de apneia do sono e síndrome das pernas inquietas.

Depressão e ansiedade: Muitos pacientes com fibromialgia possuem ou podem vir a desenvolver transtornos do humor e ansiedade. Essas alterações psiquiátricas, no entanto, estão frequentemente associadas às síndromes de dor crônica em geral. É importante destacar que a fibromialgia não é simplesmente uma manifestação física ou “somatização” da depressão.

DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA

Não existem exames complementares (laboratoriais, imagem ou eletrodiagnóstico) específicos para diagnosticar a fibromialgia. Assim, o diagnóstico é tipicamente baseado em uma história e exame físico completos, e um número limitado de exames de sangue, que são usados ​​para excluir condições com sintomas semelhantes.

Diferentes diretrizes de diagnóstico vêm sendo utilizadas, assim como diferentes tipos de profissionais de saúde podem ter variações em seu processo de abordagem da doença, mas todas elas envolvem a avaliação de sua dor, fadiga e outros sintomas que podem estar relacionados.

  • O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) desenvolveu critérios de classificação para fibromialgia em 1990 que têm sido frequentemente usados ​​para ajudar a fazer o diagnóstico. De acordo com esses critérios, uma pessoa pode ser diagnosticada com fibromialgia se tiver dor musculoesquelética generalizada e sensibilidade excessiva em pelo menos 11 dos 18 “pontos sensíveis” específicos (com base no exame clínico).
  • O ACR divulgou atualização dos critérios diagnósticos em 2010. Esses critérios não exigiam mais um exame de pontos dolorosos, mas usam um sistema de pontuação numérica com base em quão disseminada e grave uma pessoa descreve sua dor. Eles também consideram outros sintomas, como fadiga, problemas cognitivos (por exemplo, dificuldade para pensar com clareza) e outros problemas relacionados à dor, como dor de cabeça ou problemas digestivos.
  • Os critérios de diagnóstico propostos pela Addiction Clinical Trial Translations, Innovations, Opportunities, and Networks (ACTTION)-American Pain Society (APS) Pain Taxonomy (AAAPT) incluem dor em múltiplos locais (definida como pelo menos seis dos nove locais possíveis), problemas de sono moderados a graves ou fadiga, presentes por pelo menos três meses.

Se você tiver sintomas de fibromialgia, um histórico médico e exame físico devem ser realizados para descartar artrite, outros problemas do tecido conjuntivo, condições neurológicas e outros distúrbios que possam estar causando seus sintomas. Testes laboratoriais de rotina podem ser recomendados para ajudar a excluir certas condições, como artrite inflamatória, doença da tireóide e distúrbios dos músculos. Os resultados desses testes são normais na maioria das pessoas com fibromialgia.

Como as pessoas com fibromialgia frequentemente apresentam sintomas além da dor muscular, incluindo fadiga persistente, dor de cabeça, sintomas adicionais de dor e distúrbios do sono e do humor, outras avaliações complementares podem ser necessárias:

  • Avaliação de problemas de humor, como depressão ou ansiedade – Se você tiver sintomas de depressão ou ansiedade, poderá ser encaminhado a um psiquiatra para avaliação ou tratamento adicional.
  • Avaliação do sono – Se o seu histórico de sono sugerir um distúrbio do sono, como síndrome das pernas inquietas ou apneia do sono, um encaminhamento a um especialista em sono para avaliação e tratamento adicionais pode ser necessário.

Condições que podem ser semelhantes à fibromialgia – O processo diagnóstico da fibromialgia pode ser demorado e complexo em alguns casos. Muitas doenças podem causar dores musculares generalizadas, fadiga e outros sintomas comuns da fibromialgia.

É importante notar que a fibromialgia pode ocorrer em pessoas com artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, osteoartrite e outras condições. Se este for o caso, pode ser difícil determinar se seus sintomas de dor crônica e fadiga são causados ​​​​pela fibromialgia ou por outra condição. Muitas vezes, isso exigirá uma consulta com um reumatologista.

A seguir está uma lista de condições médicas que seu médico pode considerar durante o processo de diagnóstico:

Artrite reumatóide (AR) e lúpus eritematoso sistêmico (LES) – AR é uma doença crônica que causa inflamação das articulações, resultando em dor, inchaço e deformidade potencial das articulações afetadas. O LES também é um distúrbio inflamatório crônico do tecido conjuntivo que pode afetar vários órgãos.

Embora a AR e o LES compartilhem muitos sintomas com a fibromialgia, eles têm outras características que geralmente não são vistas em pessoas com fibromialgia, incluindo inflamação das membranas sinoviais (tecido conjuntivo que reveste os espaços entre os ossos e as articulações).

Osteoartrite (OA) – OA causa rigidez, sensibilidade, dor e deformidade potencial das articulações afetadas, e ocorre mais comumente em indivíduos mais velhos. Os médicos podem diferenciar a OA da fibromialgia com base no histórico médico de uma pessoa, exame físico e resultados de raios-X (na OA, os raios-X podem mostrar alterações articulares degenerativas que não estão presentes na fibromialgia).

Espondilite anquilosante (EA) – A EA é uma doença inflamatória crônica e progressiva que envolve as articulações da coluna. Esta condição leva à rigidez, dor e diminuição do movimento da coluna. A EA também causa achados característicos que podem ser vistos na radiografia, que estão ausentes em pessoas com fibromialgia. Por outro lado, o movimento da coluna vertebral e as radiografias geralmente são normais em pessoas com fibromialgia.

Polimialgia reumática (PMR) – PMR é uma condição inflamatória crônica que causa rigidez e dor nos ombros, quadris ou outras áreas do corpo. O distúrbio, que afeta principalmente pessoas com mais de 50 anos, é frequentemente associado à inflamação de certas grandes artérias. PMR é diferenciado da fibromialgia com base no histórico médico de uma pessoa, exame físico e exames de sangue.

Hipotireoidismo e outros distúrbios endócrinos – A atividade diminuída da glândula tireóide, conhecida como hipotireoidismo, pode causar fadiga, distúrbios do sono e dores generalizadas, semelhantes às da fibromialgia. Exames de sangue para medir a função da tireoide são realizados rotineiramente para ajudar a excluir o hipotireoidismo. Outros distúrbios endócrinos, incluindo o aumento da atividade das glândulas paratireoides (hiperparatireoidismo), também podem causar sintomas semelhantes aos da fibromialgia.

Inflamação muscular (miosite) ou doença muscular devido a anormalidades metabólicas (miopatia metabólica) – Essas condições causam fadiga e fraqueza muscular, mas não a dor generalizada observada na fibromialgia. Além disso, os pacientes com miosite normalmente apresentam níveis anormais de enzimas musculares.

Distúrbios neurológicos – Estes podem incluir distúrbios do cérebro e da medula espinhal (sistema nervoso central ou SNC) ou de nervos periféricos (sistema nervoso periférico). Um exame neurológico completo pode ajudar a diferenciar a fibromialgia da doença neurológica. Um subconjunto de pessoas com fibromialgia pode ter evidências de danos nos nervos e deve ser encaminhado a um neurologista.

FIBROMIALGIA DURANTE A PANDEMIA COVID-19

Embora muitas doenças crônicas possam ter sido exacerbadas durante a pandemia da COVID-19, pacientes com fibromialgia podem ser especialmente vulneráveis. Estresse e isolamento social afetam negativamente o humor e sono, que são também afetados pela fibromialgia.

Existem evidências de que a pandemia de COVID-19 precipitou novos casos de fibromialgia. Por exemplo, uma dor generalizada crônica e inexplicável pode ser comum por meses após a infecção inicial por COVID-19, um sintoma que faz parte de uma síndrome que vem sendo chamada de “COVID longa”. Esses pacientes geralmente atendem aos critérios clínicos para fibromialgia.

TRATAMENTO DE FIBROMIALGIA

Idealmente o tratamento da fibromialgia deve envolver uma equipe de saúde multidisciplinar, que deve contar com médicos especialistas em dor, psiquiatra, reumatologista, fisioterapeuta, psicólogo e outros profissionais.

A participação do paciente no seu tratamento é essencial, e as seguintes informações podem ser de grande ajuda:

  • A fibromialgia é uma doença real, e sua dor não é “tudo na sua cabeça”.
  • A fibromialgia não é uma condição degenerativa ou deformante, nem resulta em complicações com risco de vida. No entanto, o tratamento da dor crônica e da fadiga é desafiador e não há “curas rápidas”.
  • Os tratamentos estão disponíveis. Os medicamentos podem ser úteis para aliviar a dor, melhorar a qualidade do sono e melhorar o humor. Exercícios, programas de alongamento e outras atividades também são importantes para ajudar a controlar os sintomas. Uma abordagem que envolve a combinação de vários tipos diferentes de intervenção em um programa de tratamento organizado geralmente é a melhor. Ser fisicamente ativo não causará danos ou danos musculares a longo prazo e pode ajudar a melhorar a dor e a função.
  • Compreender a fibromialgia e aceitar que sua causa não é bem compreendida pode ajudar a melhorar sua resposta ao tratamento. Por exemplo, algumas pessoas acreditam que sua doença se deve a uma infecção persistente ou não diagnosticada; no entanto, não há evidências de que isso seja verdade. Aprender sobre a fibromialgia, bem como alguns dos mitos comuns, pode ajudá-lo a lidar melhor com seus sintomas.
  • É importante tentar ter expectativas realistas sobre sua fibromialgia e o quanto ela pode ser controlada. Os sintomas geralmente aumentam e diminuem ao longo do tempo, mas algum grau de dor muscular e fadiga geralmente persistem. No entanto, a maioria das pessoas com fibromialgia melhora e a maioria das pessoas leva uma vida plena e ativa.

Medicamentos:

Além de exercícios e técnicas de enfrentamento para ajudar a controlar os sintomas, muitas pessoas com fibromialgia se beneficiam da medicação. Os medicamentos que têm sido mais eficazes no alívio dos sintomas da fibromialgia em ensaios clínicos são drogas que visam substâncias químicas no cérebro e na medula espinhal que são importantes no processamento da dor. Estes incluem alguns dos medicamentos normalmente usados ​​para tratar a depressão (antidepressivos) e epilepsia (anticonvulsivantes). Por outro lado, medicamentos e técnicas que trabalham para diminuir os sintomas da dor localmente, como antiinflamatórios e analgésicos, são menos eficazes.

A melhor medicação para você dependerá de seus sintomas, preferências e preocupações com custos, bem como de quais medicamentos estão disponíveis em sua área. Seu médico pode conversar com você sobre as opções e como iniciar a terapia medicamentosa. Em geral, a medicação geralmente é iniciada com uma dose baixa e depois aumentada lentamente conforme necessário.

Antidepressivos — Existem várias classes diferentes de medicamentos usados ​​para tratar a depressão (consulte “Educação do paciente: opções de tratamento da depressão para adultos (além do básico)”). Alguns deles também podem ser eficazes no tratamento dos sintomas da fibromialgia.

Antidepressivos tricíclicos (ADTs) – Esses medicamentos são frequentemente usados ​​primeiro no tratamento da fibromialgia. Exemplos incluem amitriptilina e nortriptilina. A ciclobenzaprina, um medicamento intimamente relacionado, pode ajudar no tratamento da fibromialgia, mas não é eficaz para a depressão. Tomar TCAs antes de dormir pode promover um sono mais profundo e pode aliviar a dor muscular. Doses mais baixas são geralmente usadas na fibromialgia do que as doses necessárias para tratar a depressão, mas mesmo quando tomadas em doses baixas, os efeitos colaterais são comuns; eles podem incluir boca seca, retenção de líquidos, ganho de peso, constipação ou dificuldade de concentração.

Inibidores de recaptação dupla – Esses medicamentos, também chamados de inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina (SNRIs), também podem ajudar com os sintomas da fibromialgia. Eles incluem duloxetina e milnaciprano. Os efeitos colaterais mais comuns são náusea e tontura, mas geralmente são mais toleráveis ​​se a dose for iniciada em um nível baixo e for aumentada muito lentamente.

Inibidores seletivos de recaptação de serotonina – Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), como fluoxetina e paroxetina, também podem ser eficazes na fibromialgia. No entanto, eles não são tão eficazes para a redução da dor quanto os medicamentos tricíclicos ou de dupla recaptação. Os ISRSs normalmente não são usados ​​como tratamento inicial da fibromialgia, mas os médicos podem experimentá-los em algumas situações. Estes são um grupo de medicamentos antidepressivos que trabalham para aumentar a concentração de serotonina no cérebro. A serotonina é uma substância química produzida naturalmente que regula a entrega de mensagens entre as células nervosas.

Anticonvulsivantes – Certos anticonvulsivantes (medicamentos usados ​​principalmente no tratamento da epilepsia) podem ajudar a aliviar a dor e melhorar o sono. Eles incluem pregabalina e gabapentina e são pensados ​​para aliviar a dor, bloqueando certos produtos químicos que aumentam a transmissão da dor. Os efeitos colaterais mais comuns desses medicamentos incluem sensação de sedação ou tontura, ganho de peso ou inchaço na parte inferior das pernas; no entanto, a maioria das pessoas tolera bem esses medicamentos.

Muitas vezes mais de uma classe dessas drogas podem ser usadas juntas. Por exemplo, uma dose baixa de um inibidor de recaptação de serotonina-norepinefrina seria tomada pela manhã e uma dose baixa de um antidepressivo tricíclico ou outro medicamento seria tomada na hora de dormir.

Outros medicamentos – Você pode se perguntar sobre outros medicamentos para tratar seus sintomas. No entanto, as evidências são limitadas e é importante conversar com seu médico sobre a situação atual dessas outras medicações.

A fibromialgia não causa inflamação do tecido; assim, nem os antiinflamatórios não esteróides (AINEs), como o ibuprofeno ou naproxeno, nem os glicocorticóides (esteróides) são eficazes no alívio dos sintomas da fibromialgia.

Analgésicos – São os medicamentos mais utilizados para aliviar a dor de curto prazo, podem ser adicionados aos medicamentos de uso contínuo para fibromialgia para pessoas que precisam de alívio adicional da dor a curto prazo. Eles incluem a dipirona e o paracetamol.

Opióides – Opióides são analgésicos potentes, o mais conhecido é a morfina. O tramadol também é um opióide, embora seja mais fraco do que outros opióides e menos propenso a resultar em dependência, ele pode ser utilizado em casos de exacerbação de uma dor focal na fibromialgia. Os opióides podem causar tonturas, constipação (prisão de ventre) ou distúrbios do sono em algumas pessoas, além de outros efeitos colaterais menos comuns.

Não há evidências de que os opióides de longo prazo sejam eficazes no tratamento dos sintomas da fibromialgia, e esses medicamentos apresentam efeitos colaterais potencialmente graves, além de risco de dependência. Algumas pessoas com fibromialgia relataram que os produtos à base de cannabis, particularmente o canabidiol (CBD), são úteis; no entanto, isso não foi suficientemente estudado para que se possa fazer uma recomendação formal a favor do seu uso.

Tratamentos não medicamentosos:

Exercício – O exercício regular, como caminhar, nadar ou andar de bicicleta, é útil para reduzir a dor e melhorar a força muscular e o condicionamento físico na fibromialgia. Se você está começando um programa de exercícios pela primeira vez, é melhor começar devagar e aumentar gradualmente seu nível de atividade. Com o tempo, o exercício geralmente melhora os sintomas da fibromialgia. Os programas de fortalecimento muscular também parecem melhorar a dor, diminuir o número de pontos sensíveis e melhorar a força muscular.

A ajuda de um educador físico é valiosa para desenvolver um programa de exercícios adequado e individualizado. Um bom objetivo é se exercitar por pelo menos 30 minutos, três vezes por semana.

Terapias de relaxamento – Em alguns casos, participar de programas de redução de estresse, aprender técnicas de relaxamento ou participar de hipnoterapia (hipnose), biofeedback ou terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar a aliviar certos sintomas. Dessas abordagens, a mais conhecida é a TCC.

A TCC baseia-se no conceito de que as percepções das pessoas sobre si mesmas e sobre o que as cercam afetam suas emoções e comportamentos. O objetivo da TCC é mudar a maneira como você pensa sobre a dor e lidar com a doença de forma mais positiva. A TCC tem sido especialmente eficaz quando combinada com educação e informação do paciente, ou seja, aprender sobre sua doença e como administrá-la.

Os programas de redução do estresse mente-corpo (MBSR) têm sido eficazes na fibromialgia. MBSR pode ser individual ou como parte de um grupo e pode envolver discussão, meditação e outras técnicas, como hipnose e biofeedback. Durante o biofeedback, os pacientes usam informações sobre funções corporais tipicamente inconscientes, como tensão muscular ou pressão arterial, para ajudar a obter controle consciente sobre essas funções.

Tai chi e ioga — Algumas pessoas com fibromialgia se beneficiam de um exercício tradicional chinês chamado tai chi (que combina a prática mente-corpo com exercícios de movimentos suaves e fluidos) ou ioga.

Acupuntura – A acupuntura envolve a inserção de agulhas finas na pele em pontos específicos do corpo. Causa pouca ou nenhuma dor. Em alguns casos, uma corrente elétrica leve é ​​aplicada à agulha, denominada eletroacupuntura. A maioria dos estudos descobriu que a acupuntura é útil, mas houve pouca diferença encontrada entre a acupuntura tradicional e a “simulada”.

Terapia multidisciplinar – A fibromialgia geralmente responde melhor a um programa de gerenciamento integrado, combinando medicamentos, exercícios e abordagens cognitivas. Isso funciona melhor se uma equipe de profissionais de saúde estiver envolvida.

VIVENDO COM FIBROMIALGIA

Embora a fibromialgia não seja um distúrbio com risco de vida, muitas pessoas se preocupam que seus sintomas possam representar os “estágios iniciais” de uma condição mais grave, como o lúpus eritematoso sistêmico. No entanto, estudos de longo prazo não indicam que pessoas com fibromialgia tenham um risco aumentado de desenvolver outras doenças reumáticas ou condições neurológicas.

A maioria das pessoas com fibromialgia continua a ter dor crônica e fadiga ao longo da vida. No entanto, a maioria das pessoas é capaz de trabalhar e fazer atividades normais. O grau em que a fibromialgia afeta a vida cotidiana de uma pessoa varia e a situação de cada um é única. Trabalhar com seus médicos e outros profissionais de saúde para entender sua condição e gerenciar seus sintomas, aprender técnicas eficazes de enfrentamento e ter um forte apoio familiar e social pode realmente ajudar a melhorar e manter sua qualidade de vida.

Esse texto tem o objetivo trazer informação de qualidade e de fácil compreensão para o público leigo, não tem cunho científico e não se trata de recomendação terapêutica. A melhor forma de tirar suas dúvidas é conversando com seu médico.

Entenda quais são as causas das dores na coluna lombar

9 May 2022 blog

Quais são as causas das dores na coluna lombar?

Problemas mecânicos e lesões nos tecidos moles são as causas mais comuns da dor lombar. Essas lesões podem incluir danos aos discos intervertebrais, compressão das raízes nervosas e inflamação ou movimento impróprio das articulações da coluna vertebral.

A causa isolada mais comum de dor lombar é uma contratura muscular e / ou distensão de ligamentos associada a sobrecarga ou má postura, e costuma se resolver em menos de 4 a 6 semanas (dor aguda) com tratamento adequado.

Contratura muscular e distensão de ligamentos

Uma contratura ou distensão lombar pode acontecer repentinamente ou se desenvolver lentamente com o tempo devido a movimentos repetitivos.

  • As contraturas ocorrem quando um músculo é tensionado demais e se rompe, danificando suas fibras.
  • As distensões acontecem quando o alongamento excessivo e a ruptura afetam os ligamentos, que conectam os ossos.

Para fins práticos, não importa se o músculo ou ligamento está danificado, pois os sintomas e o tratamento são os mesmos.

As causas comuns de contratura ou distensão incluem:

  • Levantar um objeto pesado ou torcer a coluna durante o levantamento
  • Movimentos repentinos que colocam muito estresse na região lombar, como uma queda
  • Má postura ao longo do tempo
  • Lesões esportivas, especialmente em esportes que envolvem torção ou grandes forças de impacto

Embora as contraturas e distensões não pareçam graves e não causem dor de longa duração, a dor aguda pode ser bastante forte.

Causas da dor lombar crônica

A dor é considerada crônica quando dura mais de três meses e excede o processo natural de cura do corpo. A dor crônica na região lombar geralmente envolve um problema relacionado a estruturas profundas da coluna como o disco intervertebral, as articulações da coluna e quadril, e / ou uma raiz nervosa irritada. As causas mais comuns incluem:

  • Hérnia de disco lombar. O centro gelatinoso de um disco lombar pode romper a dura camada externa e se insinuar para dentro do canal vertebral causando irritação de uma raiz nervosa próxima. A porção herniada do disco está cheia de proteínas estranhas ao ambiente da raiz, o que causa inflamação e dor, pode haver também compressão nervosa mecânica direta pela hérnia, causando dor na raiz nervosa. A parede do disco também é ricamente suprida por fibras nervosas e um rasgo ou fissura nesta é frequentemente causa de dor repentina e intensa.
  • Doença degenerativa do disco. Na infância, os discos intervertebrais estão cheios de água e no seu estado mais saudável. Conforme as pessoas envelhecem, os discos perdem a hidratação e se desgastam. À medida que o disco perde a hidratação, ele também começa a perder elasticidade e capacidade de transferir forças da parede do disco, o que pode levar a rupturas, causando dor lombar e enfraquecimento maior na sua parede, que pode futuramente levar ao desenvolvimento de uma hérnia de disco. O disco também pode colapsar (desabar/achatar) e contribuir para a estenose do canal lombar.
  • Disfunção da articulação facetária. Existem duas articulações facetadas atrás de cada disco em cada segmento de movimento da coluna lombar. Essas articulações possuem cartilagem entre os ossos e são circundadas por um ligamento capsular, que é ricamente suprido por pequenos nervos. Essas articulações podem se tornar desgastadas ou inflamadas e doer por si mesmas, ou em conjunto com a dor no disco,
  • Disfunção da articulação sacroilíaca. A articulação sacroilíaca conecta o osso sacro, que é a base ou parte inferior da coluna, a cada lado da pelve. É uma articulação forte e de baixo movimento que absorve principalmente o choque e a tensão entre a parte superior e inferior do corpo. A articulação sacroilíaca pode ficar dolorida se ficar inflamada (sacroileíte) ou se houver desgaste anormal da articulação.
  • Estenose espinal. Essa condição causa dor devido ao estreitamento do canal espinhal, onde as raízes nervosas estão localizadas. O estreitamento pode ser central, foraminal ou ambos, e pode ser em um único nível ou em vários níveis na coluna.
  • Espondilolistese. Essa condição ocorre quando uma vértebra desliza sobre a adjacente. Existem 5 tipos de espondilolistese, mas as mais comuns são secundárias a um defeito ou fratura da pars interarticularis (segmento da vértebra entre as articulações facetárias de cada lado) ou instabilidade mecânica das articulações (degenerativa). A dor pode ser causada por instabilidade (costas) ou compressão dos nervos (perna).
  • Osteoartrite ou artrose. Esta condição resulta do desgaste do disco e das articulações. Causa dor, inflamação, instabilidade e estenose em graus variáveis ​​e pode ocorrer em um único nível ou em vários níveis da coluna vertebral. A osteoartrite está associada ao envelhecimento e é lentamente progressiva. Também é conhecida como espondilose ou espondiloartrose.
  • Deformidade. As deformidades da coluna incluem a escoliose e a cifose. A deformidade pode estar associada à dor lombar se levar à ruptura dos discos, articulações facetárias, articulações sacroilíacas ou estenose.
  • Trauma. Fraturas agudas ou luxações da coluna podem causar dor. A dor lombar que se desenvolve após um trauma, como após um acidente automobilístico ou após uma queda, deve ser avaliada criteriosamente.
  • Fratura por compressão. Uma fratura que ocorre no corpo vertebral, na qual o osso essencialmente desaba sobre si mesmo, pode causar dor repentina. Esse tipo de fratura é mais comum devido a condições que causam fraqueza nos ossos, como a osteoporose, e é mais comum em pessoas mais idosas.

É importante observar que a presença de uma ou mais dessas condições não significa necessariamente que essa seja a causa da dor. Por exemplo, osteoartrite ou doença degenerativa do disco podem aparecer em um estudo de imagem, mas a pessoa pode não sentir nenhuma dor. Por isso é importante que o paciente passe por uma avaliação clínica cuidadosa para tentar definir a causa da dor.

Causas menos comuns de dor lombar

Embora consideravelmente menos comuns, a dor lombar também pode ser causada pelas seguintes condições:

  • Infecção. Também chamada de osteomielite ou espondilodiscite, uma infecção da coluna vertebral é incomum, mas também pode causar dor intensa e necessita de tratamento prolongado. Pode ser causado por procedimentos cirúrgicos, infecções em outras partes do corpo, ou ter origem desconhecida. Pacientes com sistema imunológico comprometido são mais suscetíveis a desenvolver uma infecção na coluna vertebral.
  • Tumor. A maioria dos tumores da coluna começa em outra parte do corpo e metastatiza para a coluna. Os tumores mais comuns que se espalham para a coluna vertebral são o câncer de mama, próstata, rim, pulmão e tireóide. Quaisquer novos sintomas de dor nas costas em um paciente com diagnóstico conhecido de câncer devem ser avaliados para possível metástase espinhal.
  • Doença auto-imune. A dor nas costas é um possível sintoma associado a doenças autoimunes, como espondilite anquilosante, artrite reumatóide, lúpus, doença de Crohn, fibromialgia e outras.

Esta lista inclui as causas mais comuns de dor nas costas. Encontrar o tratamento ideal para a dor lombar geralmente depende de um diagnóstico clínico correto e identificação da causa destes sintomas. Para isso, um exame clínico minucioso acompanhado de exames complementares adequados e por vezes procedimentos diagnósticos, é essencial no processo.

Esse texto tem o objetivo trazer informação de qualidade e de fácil compreensão para o público leigo, não tem cunho científico e não se trata de recomendação terapêutica. A melhor forma de tirar suas dúvidas é conversando com seu médico.

Dor de cabeça: uma companheira indesejada

18 Apr 2022 blog

Quem nunca teve dor de cabeça? É provavelmente uma das doenças que mais frequentemente escutamos ao nosso redor e quase certamente todos nós já sofremos com isso mais de uma vez em nossas vidas. Estima-se que praticamente metade da população possa sofrer desse problema neurológico e as mulheres são as mais afetadas .

A cefaleia, termo pelo qual nos referimos ao que comumente chamamos de “dor de cabeça” , pode ocorrer por várias causas e também há tipos muito diferentes de cefaleia.

Os tipos mais comuns das cefaleias primárias são: enxaqueca, cefaleia do tipo tensional, cefaleia em salvas e cefaleia crônica diária. Todas podem ser graves e incapacitantes, mas não são fatais. Em suma, o sintoma, ou seja, a dor, é a própria doença, e pode ser causado por diversos fatores, como ingestão de certos alimentos e bebidas, medicamentos, estresse, entre outros motivos.

As secundárias , entretanto, são consequência de outra doença , como tumores, infecções ou distúrbios metabólicos. Nesse caso, a cefaleia é mais uma consequência da doença, outro sintoma.

A nevralgia também deve ser levada em consideração . Nesse caso, predomina a dor na face e se destaca a neuralgia do trigêmeo, distúrbio do nervo de mesmo nome que causa dores intensas.

Merecem destaque a enxaqueca, além de dores súbitas e intensas, geralmente em um lado da cabeça e na forma de pulsação ou batimento cardíaco, podem apresentar outros sintomas como vômitos ou intolerância à luz, sons ou mesmo odores.

Essas são os tipos mais comuns de cefaleia, que podem ser episódicas – quando ocorrem alguns dias por mês – ou crônicas e, em qualquer caso, representam um verdadeiro pesadelo para quem as sofre.

É muito importante ir ao médico para diagnosticar corretamente que tipo de dor de cabeça você tem e quais são suas causas. A administração correta de um tratamento que pode ser eficaz depende disso.

No entanto, não faz mal nenhum seguir diretrizes de vida saudável que incluem, na medida do possível, exercícios e, claro, evitar a ingestão de certos produtos como bebidas alcoólicas ou hábitos nocivos como fumar, que costumam ter aparecimento de surtos dolorosos.

Você sabe o que é a do membro fantasma?

11 Mar 2022 blog

A dor do membro fantasma (ou simplesmente dor fantasma) ocorre quando a pessoa sente dor em um membro ou parte dele após amputação. Não confundir com sensação fantasma, que são sensações não-dolorosas no membro que não existe mais. Precisamos definir ainda a dor do coto de amputação, que ocorre na extremidade do local amputado.

Entre os amputados, cerca de 75% tem dor do membro fantasma, 45% tem dor no coto de amputação, 35% tem dor fantasma e dor do coto e 15% não sentem dor.

Diagnóstico

A maioria dos pacientes com dor fantasma tem dor intermitente, com intervalos que variam de um dia a várias semanas. Geralmente a dor se manifesta em crises que duram entre poucos segundos a minutos ou horas.
Os pacientes descrevem a dor como sendo “em tiro”, facada, fisgada, pontada, aperto e queimação. Normalmente a dor aparece nas partes mais extremas dos membros como mãos, pés e dedos. A dor pode começar logo após a amputação ou semanas após.

É mais comum ocorrer nos membros superiores que nos membros inferiores. E o fato de já haver dor antes da amputação, aumenta o risco de dor fantasma crônica. Vale lembrar que a dor fantasma, embora bem menos comum, pode ocorrer por exemplo após mastectomia, enucleação do olho, colecistectomia (retirada da vesícula biliar), entre outros órgãos.

Tratamento

Importante dizer que em cerca de metade dos casos, a dor fantasma diminui ou desaparece com o tempo, mas o tratamento é desafiador.

Normalmente iniciamos o tratamento com medicamentos como: analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes, opioides. Quando o tratamento falha ou o paciente não tolera os efeitos colaterais dos medicamentos, utilizamos as terapias intervencionistas, algumas já no período que antecede a amputação, bloqueios e radiofrequência de determinados nervos, além da neuromodulação espinhal ou cerebral.

Interessante dizer que existem alguns métodos como a terapia do espelho, em que o paciente tanto antes como depois da amputação é colocado diante de um espelho e realiza alguns movimentos para “enganar” o cérebro, que vai achar que o membro amputado ainda está lá.

Consulte sempre um especialista em dor credenciado e experiente no assunto. Afinal, existe tratamento!

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